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aš mirsiu rudenį bus pusė keturių
dar neišaušus ramų spalio rytą
kažkas sustos prie lango uždaryto
mėnulis? karieta? --- neįžiūriu
matau tiktai kad rudenį kad tykiai
ir kad aš perskaičiau tai savo knygoj
artėjant aušrai pusę keturių
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mano sapno sode tyliai lyja
asiliukas slyva pirosmanis
vaiko žvilgsnis ir lauko lelijos
štai ir visas gyvenimo menas
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morrera no outono às três e meia
em outubro antes de amanhecer
alguém parara junto da minha janela fechada
a lua? uma carruagem? --- não sou capaz de ver
só vejo que é outono, que o silêncio impera
e que li-o no meu livro
quando a aurora se aproximava às três e meia
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no meu jardim dos sonhos chove calmamente
um burro uma ameixa pirosmani*
um olhar de criança e lírios de campo
isto é toda a arte de viver
*Niko Pirosmanashvili mais conhecido como Niko Pirosmani (foi um pintor primitivista georgiano)
Tradução / interpretação: Margarita Kornejeva
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