27.10.11

Tomas Taškauskas - Poezija I

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į mane lyg prie starto linijos
renkas prabėgusios dienos ir naktys
jos lyg nartūs žirgai
prakaituoti jų kūnai ir raumenys žvilga
taip norėtum juos glostyt
bet dar mažas esi, dar bijai
ir matai – tėvas pančioja žirgą
jį suriša, įsitempę jo raumens
rimtas jo veidas, tėvas ima
didžiulę įkaitusią geležį
jo aky, juodoje
išgaubtoj tarsi stiklas žirgo aky
atsispindi grėsmės pilnas peizažas
tėvas ima raudonai įkaitintą įdagą
(apie ką jis galvoja dabar
ar nujaučia būsimą skausmą?)
artėja prie žirgo
tyliai šnara žolė tėvui einant
ir merkiasi akys mano, nes jau žinau
mano dienos išbalusios, naktys pajuodusios
taip pat pažymėtos šiais įdagais
bučiniais ir glamonėm
kurių niekada neištrinsiu
(aš bijau amžinybės
bijau, kad nemirs tai
kuo gerai nesuprasdamas deginau
savo ir svetimus kūnus)

atsimerkiu lėtai
tėvas šypsosi, žiūri į dangų
lėtai tuo dangum plaukia debesys ramūs
tėvas taria lėtai:

„sūnau, nebijok,
šitaip arklius jų šeimininkai paženklina“

Edenas

Sodas yra. Jo nereikia įželdinti.
Metų laikai čia greiti. Tarsi paukščiai.
Jų daug. Keturi. Ant šakų tyliai gieda,
Naktį vaikšto paukščių taku. Matuoja aukštį
Ir kalbasi apie gėdą. Akli tarsi laimė.

Išgąsdinti meilės, vyras ir moteris
slepiasi vienas nuo kito. Ji bijo, kad jis
nesupras. Jis – bijo, bijo prarast ją.
Jiedu bijo būti, bijo išsikelti iš buto,
Kur tiek kartų vaidino Adomą ir Ievą, Romeo-Džiuljetą.

Jų minčių debesys pilki lyg ketus.
Jų širdys – trapios grafito širdelės,
Sunkios kaip meteoritai,
Karštos kaip vasaros marškos,
Jų žodžiai – neprinokusios figos.

Jų sodas, jų sodas yra nuo jų nutolęs.

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em mim, como perto da linha de partida
juntam-se os dias e as noites passadas
como cavalos patifes
os corpos estão suados e os músculos brilham
queres tanto acariciá-los
mas ainda és pequeno, ainda estás com medo
e vês o pai a amarrar o cavalo
prende-o, os músculos estão tensos
o focinho é grave, o pai traz
um ferro quente e enorme
no olho preto, vidrado e
proeminente
do cavalo
reflecte-se uma paisagem cheia de perigo
o pai tira um ferro incandescente vermelho
(sobre o que é que ele está a pensar agora ?
se calhar sente a dor futura)
aproxima-se do cavalo
andando, sussurra a relva
calmamente
os meus olhos já se fecham porque eu sei
que os meus dias são pálidos, as noites são negras
também assinaladas com estas marcas
com beijos e com carinho
que nunca vou ocultar
(estou com medo da eternidade
estou com medo que isso com que
eu queimava
o meu e os corpos estrangeiros
não vá morrer)

abro os olhos lentamente
o pai sorrindo olha para o céu
nuvens calmas voam vagarosamente
no firmamento
o pai diz serenamente:

"Oh meu filho, não tenhas medo,
é assim que os proprietários marcam
os seus cavalos“

Éden

Há um jardim. Não precisa de ser plantado.
As estações do ano aqui são rápidas. Como pássaros.
Há muitos. Há quatro. Cantam nos ramos silenciosamente,
À noite passeam pela Via Láctea.
Medem a altura
E falam sobre vergonha. São cegas como é a sorte.

Assustados pelo amor, um homem e uma mulher
escondem-se um do outro. Ela está com medo que ele
não a entenda. Ele está com medo, o medo de a perder.
Eles estão com medo, o medo de deixar o apartamento,
Onde tantas vezes atuaram
o Adão e a Eva, o Romeo e a Julieta.

As nuvens dos seus pensamentos
são cinzentas como o ferro fundido.
Os corações são frágeis como o pau de grafite,
São pesados como os meteoritos
São quentes como um lençol de verão,
As palavras são os figos verdes.

O jardim deles, o jardim é longe deles.


Iš lietuvių kalbos vertė Margarita Kornejeva ir Nuno Guimarães

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