13.6.11

Zita Mažeikaitė - Poezija I

PO PIPIRO MEDŽIU
Azijoj – biržų krizė,
Vokietijoj – bankų.
Gazoj išjungta elektra.
Doleris tebesmunka.

Calima
Sacharos sausvėjis –
smėly skandina
bejėges vandenyno salas.

Peršti nosį, akis,
gelia ausis.
Plaukai pasunkėję.

Sėdžiu apdujus
po pipiro medžiu,
liaunos jo šakos lyg svyruoklinio gluosnio
perbraukia veidą,
apiberia smulkučiais žiedais.

Šalia –
juodasis strazdas
kapsto akmenėlius
negrabiom savo kojom,
žarsto įnikęs snapu.
Niekur nė žodžio
apie jo iškapstytą duobutę
po pipiro medžiu.

KAIP SUTIKT KELIO DIEVĄ?
Prieblandoj
išeik į girią tekant pilnačiai.

Nieko neimk –
nei kompaso, nei mobilaus,
nei ginklo ar žibintuvėlio.

Gali eiti basas,
Jis švelniai pakutens tau padus.

Nešvilpauk,
nerėkaliok ir neūbauk.

Nesigręžiok,
verčiau gręžkis į save.
Jis braukia tau per veidą
vanago plunksna.

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Debaixo da árvore de pimenta
Na Ásia - uma crise na bolsa,
Na Alemanha - nos bancos.
Em Gaza a electricidade é cortada.
O Dólar está a cair.

O Calima -
o vento seco do Sahara -
afogando na areia
ilhas oceânicas indefesas .

Irrita-me o nariz, os olhos,
picam-me as orelhas.
O cabelo está pesado.

Sento-me mareada
debaixo da árvore de pimenta
os seus ramos delgados são como os de um salgueiro-chorão
sacodem a mão no meu rosto
vertem flores minúsculas.

Perto -
o melro preto
escolhe pedras pequenas
com as suas patas desajeitadas,
separa-as com o seu bico.
Em nenhum lugar, nem uma palavra
sobre a cova cavada
debaixo da árvore de pimenta.

Como encontrar o Deus dos caminhos?
Ao crepúsculo
vai à floresta quando a lua nasce.

Não leves nada -
nem uma bússola, nem um telemóvel,
nem uma arma ou uma lanterna.

Podes ir de pés descalços
Ele vai fazer-te cócegas suavemente.

Não assobies,
não grites e não vaies.

Não olhes para trás,
melhor olha para ti mesmo.
Ele sacode a tua cara
com uma pena de falcão.

Iš lietuvių kalbos vertė Margarita Kornejeva ir Nuno Guimarães

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